Existem
coisas que sempre chamam nossa atenção independente da forma como sejam
executadas. Assim foi meu sentimento quando li no jornal O Estado de São Paulo
que internos da fundação Casa passarão a ter direito à visita íntima.
Não
estou aqui a questionar os métodos de ressocialização até porque não disponho
de formação acadêmica para tanto. Também não vou questionar a recente
legislação que dará respaldo a isso porque, ainda que formado em Direito com
certificado para inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, minha compreensão
do Direito talvez não alcance este grau de erudição.
Assim,
vou me limitar a discorrer como mero cidadão que lê uma notícia e não consegue
compreender suas reais motivações.
A
reportagem dizia que tudo precederá um cadastro para conceder o benefício
apenas aos casados ou em união estável. Refleti sobre o que seria união estável
e como impedir que sua comprovação fosse burlada chegando à conclusão de que
será muito difícil apurar com verdade essa questão logo sendo um benefício
extensível à grande parte dos internos.
No
final da reportagem, que nada mais era que o direito de resposta exercido pela
presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella, à matéria anterior feita pelo
advogado Ari Friedenbach em tom de denúncia, justificava-se que isso traria
mais tranquilidade ao interno e estabilidade a sua relação conjugal com
fortalecimento dos laços familiares, afinal, desde já, passarão a receber a
visita dos filhos, algo proibido até então.
Do
ponto de vista prático, a culpa não é da presidente da instituição que cumpriu seu
papel em defesa da entidade; mas, sim, dos nossos congressistas que mais uma
vez criaram uma lei com benefício absurdo à revelia do bom senso comum daqueles
que os elegem.
Por
fim, cheguei à conclusão de que, daquilo que sei, fui quase convencido que nada
sei e, se por acaso alguém conseguir me explicar, por favor o faça.
Nossas leis e nossa realidade vivem em mundos distintos e, muitas vezes, ficamos sem resposta para as perguntas que o contexto nos traz. É exatamente por isso que viver exige tantaaaa tolerância, rs... do contrário, a gente não dá conta. Abraço centuriano para você, amigo poeta!
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