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domingo, 19 de junho de 2011

O FICAR

Um dia desses, provoquei uma discussão entre adolescentes com o tema “ficar”.


Sinceramente, acabei surpreso com algumas opiniões.

Se, por um lado temos meninos descobrindo a adolescência sem muito interesse em relacionamentos sérios, por outro encontrei meninas que se viam praticamente obrigadas a perpetuar a prática sob pena de sofrerem com a indiferença masculina desejosas de romances tais quais os vividos em filmes e novelas.

Seria absurdo tirarmos conclusões a partir de um simplório bate-papo entre conhecidos. Contudo, relegarmos o assunto às esferas da insignificância me preocupa.

Desde o mais bronco até o mais meloso coração humano, amar e compartilhar sentimentos verdadeiros é o que fomenta a esperança e o otimismo vida a dentro.

Não se pode almejar que encontros casuais, desinteressados e resumidos a uma noite, quando não a meros minutos, possam fazer nascer algo que brilhe, incendiando novos e frutíferos relacionamentos.

O “ficar”, que agora também chama-se “catar”ou “pegar”, pode representar o final de uma liberdade que; entrincheirada na rigidez de décadas passadas, acuada pelo autoritarismo aristocrático; finalmente conheceu a redenção, somando a ela – liberdade – a libertinagem como lados de uma mesma moeda.

O beijo, representação maior do sentimento que nos emociona, relegou-se a mero meio de experimentação; no qual saber articular a mandíbula posicionando adequadamente as mãos representa garantir uma boa impressão e quiçá, ao final dessa dança de insanos, um cônjuge.

Mesmo parecendo uma prática pouco nociva e ainda que modernamente aceitável, fico pensando se não será a mola propulsora das separações e sofrimentos do futuro, afinal, se hoje podemos “ficar” com quem quisermos sem nada que nos impeça, como conseguiremos viver de uma boca só?

Aceitar essa prática hoje não seria o mesmo que antever o fim do casamento e das relações estáveis no futuro? Ou será que devemos achar que tudo não passa de modismos inofensivos deixando o futuro como obra do acaso tratando dos problemas em seu devido tempo.

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