QUITANDA

 

            Definitivamente somos os que comemos. Uma alimentação balanceada e composta por alimentos mais saudáveis ajudará o corpo a sobreviver ao tempo com mais facilidade e isento de doenças.

            O difícil disso tudo é fazer uma criança comer o que realmente lhe faz bem. Talvez um bom exercício seria levá- la conosco sempre que fôssemos à quitanda. Talvez o lugar com seus sons e cheiros característicos possa aos poucos ir aguçando na criança sua vontade inconsciente pelo consumo consciente.

            Lembro- me da minha infância, quando por vezes acompanhava minha mãe nas compras semanais de gêneros do tipo. Era realmente uma delícia! Logo que chegávamos, éramos recebidos pelo dono do lugar que me levava para escolher uma fruta enquanto ele ia me dizendo das propriedades de cada uma e o quanto elas faziam bem ao corpo e à mente. Hoje, acho que aquela bondade toda poderia até ser coisa de comerciante astuto, mas uma coisa digo, com toda certeza, essa atitude foi decisiva para criar em mim uma consciência correta sobre o que comer. 

Na quitanda há de tudo um montão.

Abacate, cenoura e vagem, até o bom mamão.

Quem não come a beterraba

Tá perdendo do vilão

Pois doença ela previne

Na cabeça, no dedão e coração.

A couve é importante

com seu verde bem verdão.

Se a de flor tiver bonita

Muito melhor então

Pois juntas evitarão um baita doenção.

A cenoura do coelho

Diz que enxerga seu vilão.

Que ele gosta nós sabemos

Que copiá - lo já devemos

Ou zinabra o coração.

O maxixe e o jiló

São sem graça que dá dó.

Diz que pobre é que gosta

Mas em conserva fica chique

Dando em rico estremilique.

Não importa cor nem sabor

Se no inverno ou no calor.

Comê-los é importante

Para um corpo elegante

Uma vida boa e um coração estonteante.