Noite de festa
Corações aflitos por
tanta espera
Enfim outra noite tal
qual aquela.
A lua via nossos
anseios
Maternalmente
continha-nos em seu seio.
Fazia brilhar o som
de desejos
iluminando nossa
noite feito sol de veraneio.
Estávamos felizes.
Corações bradando em
alegria
Transbordando em
sintonia.
De mãos dadas
caminhamos e entramos
Éramos personagens
não vistos
Não fazíamos parte
daquele aprisco.
Triunfantes, abalamos
nossa caminhada
Até o fim da pequena
jornada
Sempre acompanhados
por olhares
Olhares amigos, mas
estranhos
Sentimentos
equivocados de meros espartanos.
. . . e dançamos !
Ah, como dançamos !
Olhos nos olhos . .
Corpos que iam e
vinham
em passos que se
acompanham
Ritmo que não se
segue
. . . se sente !
Rostos se colam e os
corações incendeiam
O amor reprimido
eclode
e pelos poros
permeia.
Somos pássaros de voo
noturno
que guiados pelo amor
absurdo
o tempo conquista.
Éramos os donos do
mundo.
Vez por outra nos
olhávamos
e, como crianças,
apenas observávamos.
Talvez nem
acreditássemos que aquilo fosse possível.
Minutos que contaram
a história de uma vida
Tempo suficiente para
aperfeiçoar um sentimento
Um amor . . .um
desalento.
Fomos felizes por
horas
Por dias . . . meses
Por toda uma vida.
Como a dança daquela
noite
que até hoje não
sabemos
se foi nosso início .
. .ou nossa despedida.
A música talvez tenha
parado
Porém, o desejo de
pássaro liberto
feito da noite para
um escuro de deserto. .
. .ainda voa.
Dançamos com a graça
das asas que nos levaram às alturas
Fizemos marcas da
nossa dança e figuras com dedos
nos ventos e na lua.
Certamente que a
música não parou !
Ainda ouço-a nos meus
ombros
com a cabeça
jogadinha de lado
Respirando . . .e
dançando.
Sentia nossos
corações entrelaçarem-se
E o Azul ficou rubro
Pois o rubro violeta
estava.
Voamos pela história
acabamos sentados novamente na lua
Víamos o que
sentíamos
Sabíamos o que
queríamos.
Esta noite foi eterna
Como eterno é o nosso
amor
Você com o coração
derretido
E Eu aprisionado de
amor.