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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

DEPÓSITO DA VIDA




Um dia fui buscar desejos no depósito da Vida.
Eram prateleiras imensas, praticamente infinitas.
Recheadas de coisas do início à partida.

Entrei pelo corredor da saúde.
Para mim peguei vitalidade, virilidade, lucidez e amizade.
Para você peguei beleza, entusiasmo e muita longevidade.

Passei pela seção dos bens materiais.
Me servi de casas, carros e propriedades sem iguais.
Mas é claro que de você não esqueci
Acondicionei com muito cuidado . . .
Cremes, roupas, calçados e muitos . . . muitos quadros.

Logo à frente vi a seção do tempo.
Apressei-me a comprar todo o tempo oportuno.
Tempo para trabalhar e para viajar no outono.
Tempo para a família e para horas de sono.
Porém, o que mais comprei foi o nosso tempo
Tempo para cruzar a vida como a brisa do vento.

Já estava cansado de tanto comprar
Fatigado, cheguei até pensar em parar.
Mas, por sorte, assim que vislumbrei o seu ser
Percebi que algo teimava esquecer.

Arrumei forças e fui até o fim.
Caminhei muito sozinho
E parte do caminho pensava só em mim.
Ainda que tivesse você em pensamento
Às vezes era egoísta em sentimento
Mas via você comigo
Mesmo quando cego e sem alento.

Mas a última seção estava lá
     - A seção do Amor -
Verdade que tinha suas regras
Algumas até meio piegas.
Mas diferente das outras
Não tinha um preço, apenas condição.
Recitar uma senha era a ordem de antemão.
Se aceita, teria todo o Amor de uma Vida.
Do início até o fim, na partida.
Pensei . . .  divaguei . . . imaginei . . .
A tal senha na minha cabeça decifrei.
Enchi o peito e, em alvoroço, a todos gritei . . .
A senha aceita, a porta se abriu
E o maior Amor do mundo ganhei.

A senha !?  . . . Qual foi !? . . .
.   .   .   (  !  !  !  )   .   .   .
        ( seu nome, claro! )
   
       T E   A M O


quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MORTE


Chegando de repente leva quem quiser,
ceifa nossas vidas quando bem lhe aprouver.
Leva- nos ao longe sem saber onde fomos,
como se nada fôssemos ou a ninguém pertençamos.

Leva minha mãe, levou seu tio, aquele colega,
todos queridos, entes, amigos.
Um dia conosco estiveram em tempos idos
nossos entes queridos . . . vivos.

Há esperança na morte.
Todos que vão, nunca retornam
seja bom ou ruim . . . todos conformam.

Como pode ser feliz a morte.
Sofria dormiu, chorava passou,
Mais um ente querido . . . o vento levou.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

MOMENTOS DE UMA VIDA



Há momentos que valem uma vida.
Acordar pela manhã
ladeado de quem se ama.
Beijar-lhe a testa.
Sentir o dia que começa.
Afagar -lhe a face.
Esparramar-lhe os cabelos
despindo-lhe o disfarce.

Sentimentos aflitos
compartilhados em solidão
não mais lhe serão cacos
 brotados pelo chão.

Cantar sozinho
 perdeu o sentido.
As melodias são corais
 de dueto vertido,
de canção ávida
em escolhas desiguais.

Olhar o sol
descansando em nuvens
no poente tardio
virou loucura de cabelos soltos.
Abraço apertado
em olhares nus
de amor compartilhado.
Silêncio de inocentes maduros
à vida resgatados.

E juntos dormimos mais uma vez.
Com um beijo apertado nos despedimos.
A noite é uma estrada
longa demais para quem ama.

Talvez conseguíssemos ficar acordados
mas a vida não quis assim.
Achou justo separar por uma dezena de horas
aqueles que se simplesmente se respiram.

Então . . . durmamos logo.
Acordemos depressa . . .
 E vivamos cada minutos de Nossas Vidas
não como se fosse o último
mas como sendo a própria eternidade
do nosso AMOR..