Um dia fui buscar desejos no
depósito da Vida.
Eram prateleiras imensas,
praticamente infinitas.
Recheadas de coisas do início à
partida.
Entrei pelo corredor da saúde.
Para mim peguei vitalidade,
virilidade, lucidez e amizade.
Para você peguei beleza, entusiasmo
e muita longevidade.
Passei pela seção dos bens
materiais.
Me servi de casas, carros e
propriedades sem iguais.
Mas é claro que de você não esqueci
Acondicionei com muito cuidado . .
.
Cremes, roupas, calçados e muitos .
. . muitos quadros.
Logo à frente vi a seção do tempo.
Apressei-me a comprar todo o tempo
oportuno.
Tempo para trabalhar e para viajar
no outono.
Tempo para a família e para horas
de sono.
Porém, o que mais comprei foi o
nosso tempo
Tempo para cruzar a vida como a
brisa do vento.
Já estava cansado de tanto comprar
Fatigado, cheguei até pensar em
parar.
Mas, por sorte, assim que
vislumbrei o seu ser
Percebi que algo teimava esquecer.
Arrumei forças e fui até o fim.
Caminhei muito sozinho
E parte do caminho pensava só em
mim.
Ainda que tivesse você em pensamento
Às vezes era egoísta em sentimento
Mas via você comigo
Mesmo quando cego e sem alento.
Mas a última seção estava lá
- A seção do Amor -
Verdade que tinha suas regras
Algumas até meio piegas.
Mas diferente das outras
Não tinha um preço, apenas
condição.
Recitar uma senha era a ordem de
antemão.
Se aceita, teria todo o Amor de uma
Vida.
Do início até o fim, na partida.
Pensei . . . divaguei . . . imaginei . . .
A tal senha na minha cabeça
decifrei.
Enchi o peito e, em alvoroço, a
todos gritei . . .
A senha aceita, a porta se abriu
E o maior Amor do mundo ganhei.
A senha !? . . . Qual foi !? . . .
. . . ( ! ! ! ) . . .
( seu nome, claro! )
T E
A M O